A corrida de aventura é definida por muitos como muito além de um esporte. É a interação total do atleta com a natureza e, por conta disso, é uma das práticas esportivas que mais crescem na atualidade.
O objetivo da corrida de aventura – assim como o de qualquer outra corrida – é sair de um ponto e chegar a outro. Mas as semelhanças param por aí. Para alcançar a linha de chegada, porém, o caminho é complicado (literalmente).
As corridas acontecem em locais que oferecem a maior diversidade possível de terreno e paisagens. Isso porque, apesar do nome, a corrida de aventura não é apenas uma corrida (assim como também não é uma modalidade do atletismo). No meio da “corrida” de aventura são disputadas várias modalidades, sendo as mais comuns o trekking, mountain biking, canoagem e técnicas verticais. Mas isso não é regra. Os organizadores de cada evento podem decidir ainda por incluir a natação,equitação, patinação e outras modalidades.
As corridas podem durar de um a 15 dias e neste caso já são consideradas expedições competitivas. Já dá para imaginar que uma única pessoa não daria conta de completar a prova. E é também por isso que as corridas de aventura são disputadas em equipes. Cada equipe pode conter até quatro pessoas, sendo obrigatório um componente do sexo oposto.
E como dito anteriormente, não basta correr. Na corrida de aventura é preciso muita estratégia – além é claro, de um excelente preparo físico e mental para suportar todo o tipo de desafio que será encontrado pelo caminho. E a estratégia é fundamental já que, antes de alcançar a linha de chegada é preciso passar por todos os Postos de Controle (PC) ou Áreas de Transição (AT) estabelecidas no mapa do percurso.
Assim, e como o nome já diz, este é um esporte para aventureiros e para quem, acima de tudo, ama a natureza e adora estar em contato com ela. Muitos definem o esporte com um desafio à natureza. O desafio maior, porém, é atingir os mais extremos pontos do percurso usando meios de transporte que não danifiquem o nosso planeta.
A corrida de aventura é um esporte recente. O início da sua prática está ligado às corridas multi-esportivas que eram realizadas na Nova Zelândia, na década de 1980, e que envolviam a corrida em montanha, a canoagem e o mountain biking. A primeira corrida de que se tem notícia foi a Coast to Coast. Outras corridas disputadas naquela época também ficaram famosas como o Alpine Ironman e o Alaska Mountain Wilderness.
No Brasil, o esporte chegou em 1997, trazido pelo empresário Alexandre Freitas que participou de uma corrida de aventura na Nova Zelândia e se apaixonou pelo esporte. Freitas criou então a Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura (SBCA), entidade que organizou o primeiro evento no Brasil – a Expedição Mata Atlântica (EMA), em 1998, cujo principal conceito era unir o esporte, a aventura e a conscientização ambiental. Esta primeira corrida teve um percurso de 220 km e durou três dias. Ainda nesse mesmo ano o Brasil levou a primeira equipe para disputar o já famoso Eco-Challenge, nos Estados Unidos.
No ano seguinte a EMA teve um percurso de 400 km e cinco dias de duração. O evento foi divulgado em todas as mídias e o esporte foi se popularizando. A partir de então começaram a surgir as corridas curtas aqui no Brasil, de um ou dois dias, com o intuito de atrair os “atletas de finais de semana”. No ano 2000 foram lançados o Circuito EcoAventura e o Circuito Brasileiro, além da Rio Eco, primeira corrida do Circuito Ecomotion.
Atualmente existem diversas corridas de aventura por todo o Brasil, com os mais diversos formatos. Na região sudeste, porém, mais precisamente no Estado de São Paulo, é onde acontece o maior número de expedições de aventura.
A corrida de aventura é, antes de mais nada, um desafio. Para completar a prova é preciso desafiar a si mesmo e também a natureza, além de ir até o fim de seus limites físicos e mentais. Porém, há provas e provas. Isto quer dizer que se você não é um “aventureiro” profissional, mas ama correr e estar em contato com a natureza, há competições para você.
Já as modalidades mais comuns de corridas de aventura são o trekking, o mountain biking, a canoagem e técnicas verticais.
O trekking é a caminhada pura (ou corrida mesmo, dependendo da disposição física e mental do atleta naquele momento). Essa modalidade geralmente é disputada no meio do mato, em trilhas, mas também pode ser realizada no asfalto de uma estrada, por exemplo.
O mountain biking envolve o uso de bicicletas especiais para subir e descer montanhas, também no meio do mato.
A canoagem é disputada em botes infláveis conhecidos como “ducks” ou caiaques.
As técnicas verticais mais comuns em provas de corrida de aventura são a tirolesa e o rapel.
As modalidades, porém, podem variar de corrida para corrida em função, principalmente, da geografia do local. Provas de vela e mergulho são comuns em corridas à beira mar, assim como patinação em linha em provas urbanas.
Como dito anteriormente, o objetivo principal da corrida de aventura é sair de um ponto e chegar a outro. Vence a equipe que completar a prova antes dos outros e tenha passado em todos os Postos de Controle (PC) ou Áreas de Transição (AT) estabelecidas no mapa do percurso. Vencer, porém, pode ter vários significados para os “aventureiros”. Para muitos, chegar ao final do percurso já é uma vitória e tanto, afinal, é preciso saber lidar não só com o cansaço físico e mental, como outras adversidades como fome, frio, calor, vento, etc.